quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"the thin line between love and hate"

Estamos no mês de férias por excelência. por excelência, no sentido em que a maioria das pessoas/ empresas/ instituições estão de férias.
Verificam-se muitos sinais indicativos de que estamos em férias.
Por onde começar. Um bastante evidente, penso que quer em meios urbanos quer rurais, eventualmente mais evidente em meios rurais. a mudança da fauna nas estradas. bem ao estilo de "Goodbye Lenin!", antes e depois da queda. utilizo aqui, certamente, uma hipérbole, mas não tanto assim. os nossos carros. de decrépitos e velhos e modestos -não contando com as excepções e por isso é que talvez (?!) cada vez mais o nosso país se assemelha a um país da américa latina. -faço um aparte: como é possível em democracia nos sentirmos tão impotentes e continuarmos a debitar as balelas dos nossos pais: são todos iguais, querem é tacho, e por aí a fora. como é possível elegermos tantos políticos que acreditamos desonestos? corruptos? dizem os entendidos que mais nos interessa a sua obra. mas eu pergunto, com as devidas excepções e com votos de parabéns a quem os merece, mas que obras?!; e ainda, vivemos num país em que "mais vale parecer que ser" (num mundo?!), "mais vale ter do que ser". por menos do que uma unha do que o nosso reverendíssimo, o santana foi crucificado. não, não é pena. nem sequer acredito que ele fosse o salvador. mas, como é possível uma pessoa/ um político ficar imune a tantos tiros na sua reputação?! pensei que só mesmo o Chavez e afins ou como tanto gostamos de criticar, por não ser fiel por mostrar mamas e talvez por outras coisas que essas sim, mereçam revolta numa democracia, o Berlusconi. ah, mas fá foi costureiro -sem ofensa para nenhum. perco-me. frequentemente me perco. e falava da fauna das estradas. de matrículas portuguesas, passámos para matrículas made in Luxembourg, made in Switzerland e made in France. parecemos um país próspero. avalia-se a prosperidade pela capacidade de consumo. não tenho nada contra (?!) o capitalismo, mas dizem que se todos consumissem como os europeus e os americanos (do norte) seriam precisos mais uns quantos planetas terra. afigurasse-me negativo.
prefiro a mudança de fauna que senti no meio urbano. ah, os turistas. e num país com tanta potencialidade, tão maltratado está. no metro, querem comprar bilhetes para seguir para uma praia. não sabem como e não há ninguém profissional que os informe. não falam a língua e nem o inglês parecem dominar. valha-nos a nossa hospitalidade (?!) -pelo menos para com quem nos parece merecer!! quem tem pratas- e lá consigo comprar os bilhetes para a família. de resto, ainda perdi dinheiro. valha-nos a santa dos tansos!

pensava em estatísticas de literatura. não é a 1ª vez que penso "nesta cena". o nosso país em comparação com alguns dos nossos primos ricos, (ainda) mantém as legendas. tal não é contabilizado para as estatísticas, mas talvez devesse ser. falo sério, mané. ´parece que apesar de tudo mantemos alguma sensatez. não só não nos lembrámos de descaracterizar os actores, alterando-lhes a voz e a linguagem, como ainda temos a vantagem de ver e simultaneamente ler. aposto que nisso somos melhores que os franceses e os alemães!! não digam que é insignificante, porque não é.

também, e infelizmente com as muitas excepções, e aqui depende do referencial e da carteira de cada um (que infelizmente e na maioria parece cada vez menos recheada), temos dos melhores médicos, um sistema de saúde ainda bastante socialista e alguma/ muita (?!) arbitrariedade.

a justiça e a educação, pilares fundamentais de uma democracia e do desenvolvimento de um país, parecem cada vez mais debilitadas. ou lhes dão um medicamento forte, ou realmente, ainda nos recortam daqui para fora e nos enviam para outro continente.

outro título possível, conversas de café. o pior é que a falar-se se é que se fala, é a descrença total; a ausência de força, coragem, crença, que como um todo podemos fazer melhor, que individualmente podemos ser mais!! -foi preciso um brasileiro para nos lembrarmos que temos uma bandeira. ainda só/já só vibramos com o futebol?!

e ainda assim, será certamente humano, preocuparmo-nos com as nossas necessidades fundamentais...

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